O novo mundo dos idosos

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Novo regime demográfico

O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno mundial. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em seu último relatório técnico “Previsões sobre a população mundial”, elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, nos próximos 43 anos o número de pessoas com mais de 60 anos de idade será três vezes maior do que o atual.

Os idosos representarão um quarto da população mundial projetada, ou seja, cerca de 2 bilhões de indivíduos (no total de 9,2 bilhões). No critério da Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado idoso o habitante de país em desenvolvimento com 60 anos ou mais e o habitante de país desenvolvido com ou acima de 65 anos.

Rio-Neto (2006) relaciona também o tema do envelhecimento a quatro áreas da Economia: Economia do Seguro, Demografia, Área de Saúde e Economia da Saúde. Os pré- requisitos para uma base geral de estudo são Macroeconomia, Microeconomia, Economia das Políticas Públicas, Econometria e Estatística.

Os assuntos relacionados a arranjos familiares e cuidados com o idoso, reforma do seguro (público versus privado), perfis de incapacidade, transferências intergeracionais estão relacionados aos vários objetos de estudo da Economia do Envelhecimento.

A área da Saúde, no entendimento de Rios-Neto(2006), deve estar envolvida com os atributos da Gerontologia: marcadores biológicos, morbidade, biologia e genética da longevidade, epidemiologia do envelhecimento, prevenção, intervenção e tratamento e ainda a incapacidade.

Estes campos implicariam o acompanhamento da expectativa de vida ativa e análise de dados longitudinais.

Na Economia da Saúde aparecem agregados todos os assuntos relacionados à alocação de recursos financeiros e a prioridade de investimentos para garantir a sustentação do sistema de atendimento médico hospitalar. Rios-Neto enumera a qualidade do serviço, administração hospitalar, inovação, custos de medicamentos, prática médica, demanda por serviços.

Estes temas são interdependentes de outros, como economia dos seguros, progresso técnico, organização industrial, mercado de trabalho, análise de custo-benefício, risco moral e seleção adversa.

(Artigo:Economia da Longevidade: uma revisão da bibliografia brasileira sobre o envelhecimento populacional, autor Jorge Félix)

Miriam Leitão em seu último livro intitulado “História do futuro, o horizonte do Brasil no século XXI” aceitou um desafio de investigar o nosso futuro em vários aspectos e entrevistou especialistas em demografia para entender o que nos espera em um futuro bem próximo.

Ela faz uma analogia que a os estudos demográficos são um espelho e ao mesmo tempo um binóculo, que nos faz ver o que está acontecendo nesse momento e faz enxergar o que vem no futuro.

E como não poderia deixar de ser, o envelhecimento é um dos nossos grandes desafios, estamos atravessando uma “transição demográfica” onde nasce menos pessoas e a mortalidade é cada vez mais tarde.

Vou transcrever um trecho aqui para você refletir:

“O que hoje parece espantoso, será comum daqui para diante. IBGE de 2010, encontrou 206.843 mil mulheres entre 90 a 94 anos. O Censo encontrou 2.917.391 pessoa acima de 80 anos, ou seja, quase 3 milhões de pessoas, esse número é o equivalente à população do Uruguai.

No futuro, aumentará a população que viverão até essa idade  e poderão alongar o tempo de sobrevivência com qualidade de vida e independência”.

Esse é somente um pequeno trecho de uma página do livro, mas a pergunta que gostaria de deixar aqui é: qual é o nosso papel nesse desafio?

Estamos preparados para essa demanda?

Onde podemos criar o nosso espaço e fazer a diferença?

Entender para atender.

Um grande abraço.

Marco Aurélio

Gerontólogo e Educador Físico

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